quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Chão (16/02/2007)



No leito não linear segue sob passos descompassados, ora cautelosos, ora apressados, essa massa de pluralidade, revitalizada por quem perpassa as ondulações da vida natural, cheia dos repentes e dos planejados fatos que seguem... Uma firmeza sob os corpos sustentados por decisões, sentindo, de grão em grão, as pegadas mais absurdas do destino mais incerto, almejado com clareza, alimentado com o paiol no peito, mas com mãos sempre táteis e sensíveis. E lá se vai acolhedor, circular, abrindo-se em ventre, planta olhando luz pela primeira vez, recordando semente quando se aninhou pequenina, morrendo em baixo para nascer em cima. E segue terreno sereno, às vezes nem tão ameno, com motivos para tremer e também erodir, com motivos para aridez ou alagamento, mas sempre estando ali. É a nascente dos caminhos diversos, onde se situam os progressos, e os regressos caso saudade sentida, é nascente dos acessos verdadeiros, pois não permite enganação, é campo de lida, mas também de tranqüila recepção para carícias, gozos e descanso. Rico em matéria orgânica, é Terra e é terra, beijando cuidadosamente a vastidão misteriosa do mar e por baixo dela se alastrando, tornando-se terno e eterno por haver, simplesmente, deixado um toque.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eita, texto bom! Ler Juninho é como trilhar esse chão do jeito como ele escreveu, vivendo e saboreando cada passo. É a prova de que ser poeta é voar deixando pegadas!
Grande abraço, Irmão!

Anônimo disse...

São esses passos,essa terra,esse mar,todos e tantos outros elementos de que necessito nesse momento...pois somente e tão somente é a minha mãe terra que me segura,a água que limpa,o ar que refresca e o fogo que me purifica...é por saber que do que viemos é para onde retornamos que me acalenta o fato de saber que Ela não esta mais aqui...mas aqui do meu lado....mas sei que está do lado de dentro...!!!Onde achei que não encontraria palavras encontrei.Obrigada, meu poeta!!! ;)

Anônimo disse...

Preciso passar um bom tempo por lá.
Quem sabe a vida toda?
Amo tudo isso!