quinta-feira, 17 de junho de 2010

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Tão grande é a maravilha de ver,
ver além dos olhos e poder sentir.
É deixar que a mente possa se abrir
para que o espírito então possa ter.

2 comentários:

Victor Requião disse...

Muito além do ver, vem o que há de sentir:

Sei que falta poucas semanas para completar um ano que você escreveu o conto "A dança de Kali" e somente agora (03 de Julho às 13:09hrs), mesmo você tendo me cobrado diversas vezes pelo meu, eu o li agora com total despreendimento e atenção interior.

Rapaz! Lendo inicialmente o título do conto, ainda lá em 2009 fui remetido diretamente à Kali hindu, com sua dança e facinação quase tendendo ao lado negro do erotismo espiritual da própria raiz do seu nome. Ou quem sabe da força mais animal ou natural, como a sua personagem queria que o seu amante personificasse com ela?

E na medida que fui lendo linha a linha, comencei a (re)ver um outro lado, um lado que me remeteu diretamente a você em sua forma de escrever extremamente polida no sentido mais depretencioso das suas idéias. Um erotismo que ia além, e direcionava para o lado mais interior e psicológico dos personagens, você sabe bem que isto particularmente me agrada muito. É como sido nos meus textos, talvez isto seja uma reminissência dos meus próprios estudos ocultos ou quem sabe um traço que já faz parte de mim mesmo. Sei que isto também compartilhamos além da nossa amizade que remota vários anos.

Ah, a dor silenciosa que veio depois que os sentidos mais básicos foram abafados, é isto que percebi na dor amarga e derradeira do pai escritor. Você percebeu bem a essência disso e também calou qualquer outro pensamento de quem lê o seu texto parando na última linha, não há o que seguir. Nós sabemos que tudo é relativo e o próprio início e fim acabam no sendo realmente a mesma coisa. Então o início de um fim para ele, passa a ser o início de uma dúvida que fica na cabeça do leitor de quais sensações brotariam dentro essência de Ana (ainda Kali?). Poderia eu pensar que ela estaria acostumada com isto, seria algo natural como a sua marca no braço esquerdo, ou até mesmo traria ela um costume destas forças mais negras vindas do próprio erotismo espiritual que o seu nome hindu carrega? Não se sabe, pois isto neste ponto está além do próprio leito, e de você também.

Deixa estar, já faz quase um ano que Kali saiu de seus pensamentos. E certamente ela segue outros caminhos que mais a frente saberemos por outras linhas, ou versos.

Frida Cores disse...

Queria poder ver assim, além do olhos. E ouvir além dos ouvidos.