terça-feira, 11 de novembro de 2008

Criação

Torpor da consciência,
pois algo quer saltar...
A música vai rolando,
o torpor vai crescendo,
coisa ainda quer saltar.
Não imagino o que seja,
a cabeça pesa muito,
dói e quase explode!
O salto não pode vir,
algo fica preso então
na garganta, nos dedos,
no coração, nas veias,
na não pretendida razão.
Neurônios em combustão,
eles morrem mesmo...
Desisto, deixo de forçar.
Esqueço, a cabeça tomba.
E só assim acontece!
Vem como um espirro
sem precisar do rapé,
tal a polução noturna
pós sonho não recordado.
É gênese, primeira palavra...
Vem do mais profundo,
do além sete portões.
A música ainda rola,
o torpor é abrandado.
A coisa salta louca,
disforme para a razão,
longe da consciência,
mas completa e verdadeira.
Ela é o que é e...
Pronto!

6 comentários:

Anônimo disse...

seria gozo ou poesia?

=}

Anônimo disse...

O processo foi intenso do início ao fim.

Anônimo disse...

Bom dia poeta!

Zeus passou por um processo parecido, ao meu ver claro, quando teve uma dor de cabeça alucinada, não suportando mais, deu com seu martelão, igual ao do Thor, na própria cabeça e nasceu Palas Athenéia. Deusa da inteligência e das artes, da guerra também. Prontinha, vestida e armada. Se Zeus fosse baiano talvez ficasse deitado numa rede e deixasse a menina nascer em suspiros, ou pegaria um violãozinho e a golfasse em rimas musicais. Tudo é uma questão de regionalidade. Mas o certo é a visão de que há potencialidade divina em todos os homens e mulheres, além do que os poetas "sabem ver na escuridão". E tenho para mim que o processo criativo é algo agoniante assim. Ah! Invejaaaa.

Victor Mascarenhas disse...

Obrigado pela visita no blog e pelas palavras generosas sobre meu livro. Pelo que li no seu blog, logo vamos ter um escritor novo publicando na cidade.

Victor Requião disse...

Na forma circular da serpente
Vem o infinito de diversas cores
Tons, e sensações.

.'.

Rodrigo Sestrem disse...

Intuição, velho irmão!
Salve a Intuição, verdadeiro recheio da razão e da paixão, a raiz comum de ambas!
A "Gripe Poética" que causa esses espirros em verso!
Somos ambos doentes de poesia, velho! E nada de tomar aspirinas, nesse caso!
Vamos seguir espirrando!
Grande abraço!
Saudade muita de tu, Poeta-mor!