segunda-feira, 9 de março de 2009

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Eu vivo assim, mergulhando em sensações e gostos e as sensações e gostos se desconstroem à medida que vou percebendo que as sensações e gostos e os gostos e sensações não existem como o que são, mas como o que sinto. Sou eu mesmo o que sinto e o que percebo e isso dói mais, pois acabo não tendo onde apoiar minha muleta a não ser em meu próprio solo. Então solo com minha guitarra, às vezes desafinada, mas solo dentro de mim e as melodias gritam que estou só... Abro os olhos e vejo todas as gentes e elas também têm sensações e gostos e gostos e sensações, mas são felizes por olharem ao redor e se saberem acompanhadas. É dura a perda da inocência! Eu, só luz, vi clarear e escurecer. Eis que os opostos se tocam e isto é em mim, pois sou também o todo!

4 comentários:

Victor Requião disse...

Não há muito o que refletir, apenas sei que o solo dos nossos dias são férteis à nossa própria colheita, e não adianta muito ser otimista ou pessimista. Também me vejo neutro, e vendo tudo claramente, principalmente indo e vindo só.

O caminho mais amigo, seria o desconhecido, e as possibilidades que viriam dele. Vamos sós neste caminho, de barba por fazer, chão e terra batida.

il.li disse...

Zebim amado
Belo mergulho introspectivo. Mas o que seria de nós se as sensações e os gostos e os gostos e sensações não flutuassem de diferentes formas a cada passo em nossas vidas? Afinal, por Heráclito, "ninguém mergulha duas vezes no mesmo rio" e essas sutis mudanças nos formam diariamente. Solar sozinho faz parte dessa construção e os olhos enganam...ao recolher-se em suas camas, mesmo abraçados, no fundo somos todos sós.

bjs amore
saudades amigo!

Anônimo disse...

tudo girando no sentimento... as muletas espero sempre temporárias... apoiadas em minha terra ou na sua... a solidão se dissipa, na abertura do coração.

Eu de sombra da noite, a anjo de luz... te amo na comunhão dos sentidos!


Abraço apertado meu lindo!

Minha Terra (sua também)

Heloise Nascimento disse...

Eu solo com caneta e papel.
O meu solo mais parece uma orquestra de tão intenso e radiante.
Amante de minhas palavras
Não sou modesta
O solo dos meus pensamentos
Fragmentos da minha vida.