terça-feira, 24 de março de 2009

Ela Chega

Uma estrela se mostrou...
Ela não é intermitente,
a distância embaraça a mente
de quem a ela se entregou.
E se, com fé, ele rogou
a expressão foi de espanto,
pois tirado então o manto
a face estava desvelada
e a estrela destacada
trouxe a ele puro encanto.

Um astro resplandeceu...
Agradeceu primeiro à morte,
julgando dela vir a sorte
da qual ele se valeu.
Transformado, o mundo seu
um guardião viu levantar
com a força do avatar
que estava adormecido,
se julgando um vencido...
Viu a força regressar!

Ela chega sempre assim,
sem dizer qual sua senda,
do abismo, duma fenda,
circular, início ao fim.
É o não mostrando o sim
no caminho do esquecido.
Turbilhão enternecido,
toque leve nos grilhões
dos temores das paixões,
é herança ao permitido.
___
Para Maria, com amor.

4 comentários:

Victor Requião disse...

Ah, as estrelas quando caem sem serem percebidas. Ainda mais quando nos passam pelos olhos e se mostram como se caissem para nós, mas no fundo pouco importa. Porque a realidade, velho, é mais bela quando se apresenta como é, sem "floreios" nossos, ou qualquer coisa além que nos tire a "visão clara".

"Só luz", para o seu amor, e você!

Heloise Nascimento disse...

Tão belo quanto o nome a quem lhe foi dedicado!
Essas Marias são Marias demais pra qualquer sentimento.

Bjo!

Anônimo disse...

Lindo, lindo... adorei.

Transformado, o mundo seu
um guardião viu levantar
com a força do avatar
que estava adormecido,
se julgando um vencido...

Me lembrou As Chaves de Enock.

beijos
i.

Anônimo disse...

Lindinho,

depois de muito pensar sobre como expressar meu agrado por essa poesia linda, pelas outras belezas escritas, faladas e vividas ao seu lado, acabei por encontrar em Osho uma bela analogia para o amor, acho que fala sobre a relação estreita entre Coragem, risco e Felicidade...


Assim...

A semente não pode saber o que vai lhe acontecer, a semente jamais conheceu a flor. E a semente não pode nem mesmo acreditar que traga em si a potencialidade para transformar-se em uma bela flor. Longa é a jornada, e sempre será mais seguro não entrar nessa jornada, porque o percurso é desconhecido, e nada é garantido. Nada pode ser garantido. Mil e uma são as incertezas da jornada, muitos são os imprevistos - e a semente sente-se em segurança, escondida no interior de um caroço resistente. Ainda assim ela arrisca, esforça-se; desfaz-se da carapaça dura que é a sua segurança, e começa a mover-se. A luta começa no mesmo momento: a batalha com o solo, com as pedras, com a rocha.

A semente era muito resistente, mas a plantinha será muito, muito delicada.

Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para a plantinha os perigos são muitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao SOL, em direção à fonte de LUZ, sem saber para onde, sem saber por quê. Grandes desafios, mas a semente está TOMADA POR UM SONHO, e segue em frente.

Sigo me emprestando do pensamento de Ovídio - A Arte de Amar, acrescendo o acima referido...

... coloca que a árvore que hoje da sombra, foi uma frágil haste, como o rio caudaloso cresceu agregando afluentes e braços...

Por fim, valho-me de Erich Fromm, em obra de mesmo nome, para dizer que voce é meu ser amado, de forma exclusiva e não universal (diferindo do amor fraterno).

...sigo experienciando a infinidade de sua personalidade, descobrindo e redescobrindo voce e eu.


Amor literal... rsrs


e vou aproveitar que estou na sua casa e lhe dar um beijo... hihi


Beijos

Minha Terra