segunda-feira, 6 de julho de 2009

No Rastro da Salamandra

Foi no rastro da salamandra... Tudo começa em algum ponto, neste caso o ponto de exclamação: “oh! O bicho correu! Pega ele!”. E foi aquela danação, o bicho queria revolucionar, queria causar algo impensado, queria sair daquele lugar... Queria fugir! E “deu nas mola”, e a “barreira” pensando em seguir. Enquanto uns pensavam, alguém já estava de mala pronta para ir atrás do rastro rasteiro da rastejante salamandra. E foi.

Dali em diante a mala seria quase supérflua. Tirando a escova de dente, umas outras coisas para higiene pessoal e poucas peças de roupas, podia se dizer que muitas tranqueiras desnecessárias são colocadas na bagagem. O importante mesmo era estar com espaço suficiente para colocar as riquezas que seriam apresentadas no caminho. Ah! Disposição também era importante, pois a salamandra era rápida e não parava quieta.

Seguiu, viu muitas coisas, lugares diferentes, lugares feios, lugares bonitos, muitas pessoas, conversou com muitas delas, descobriu universos em caroços de azeitonas e em cabeças de repolhos. Comeu as comidas dos outros mundos e bebeu de tudo até o néctar das abstrações. Viajou... Viajou... E... Viajou muito! Viu a magia real que transforma a paisagem bem diante dos olhos. Estava chegando perto da salamandra, mas quando ia pegar o rabo do bicho danado, descobriu que isso era impossível...

Por uns instantes sentiu tristeza, por outro instante pôde compreender. Sim! Finalmente compreendeu! Não pegar o rabo do bicho é permitir sua liberdade e, desta forma, poder ir onde ele vai. Ficou feliz ao saber que podia seguir viagem. Só precisaria regressar ao lugar de onde saiu quando quisesse e se quisesse ou se a salamandra resolvesse passar por lá novamente.

Sim! Viajar é preciso!

3 comentários:

Unknown disse...

Porra, irmão!
Saudade dos teus versos!
Mais uma vez, leio tuas palavras na hora certa, e elas me transformam! Entendi!
"Não pegar o rabo do bicho é permitir sua liberdade e, desta forma, poder ir onde ele vai ... Só precisaria regressar ao lugar de onde saiu quando quisesse e se quisesse ou se a salamandra resolvesse passar por lá novamente."
É isso!!!!!
És meu professor!

Abração!

Lapa Levana disse...

Ilustrou perfeitamente a imagem, o que escreveu.. como escreveu... Lindamente, verdadeiramente, e para muitos. Continue sempre assim, produzindo, compartilhando, mostrando como são belas e mágicas as palavras, o entender. O entender a forma do mundo de quem vive e deve ser visto. Bênçãos sempre, meu Caro!

Unknown disse...

Doce texto, Soluz. A imagem traduz tudo mesmo. Linda foto!