sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Carta Desabafo

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Lauro de Freitas, 22 de abril de 2007

Amigo,

Nem tenho tanto para contar! Minha vida está boa, estou estudando, trabalhando... Estou com um buraco no coração que insiste em ficar aberto, mas mesmo assim estou muito bem. Tenho olhado a vida como olhava há algum tempo, como doce mestra que ela é, tenho visto sua beleza. Amo as surpresas reservadas e me empolgo com elas, pois cada uma diz que há muito mais...

Então vivo. E espero. E vivo... E espero... E enquanto espero, penso. E os pensamentos dizem que devo esperar andando. Então ando e vivo, andando e esperando. E descubro coisas e amo as coisas e quero mais coisas e fico inquieto e canso e vou dormir e descanso um pouco e acordo quieto. Escuto o silêncio do mundo que não sabe como se comunicar com os mundos...

E as estrelas caem. Como bolas de gazes ou como astros luminosos. Caem! E se apagam. Pois só há brilho em quem consegue permanecer no alto. E penso nas escadas, com muitos, mas muitos degraus que ascendem ao infinito. Perco-me, pois as possibilidades são lindas ruínas. Antigas edificações desmoronando onde jazem ancestrais que, outrora esperançosos, puseram a legar-me suas vidas.

E suas vidas ajudam a minha, elas unem-se às minhas... Deixo de ser menos felino, pois passo a ter mais vidas carregadas, cada uma com tesouros diferentes... Tanta destreza adquirida! Enrosco-me nas pernas, nos braços, nas cabeças e desenrosco com a mesma facilidade. Difícil é pensar que seria melhor não querer desenroscar.

E volto a olhar a vida e ela é boa, cheia de possibilidades e me canso e descanso e me perco e... Desisto! Mas é só por ora.

Bênçãos,

Soluz Terrarium

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2 comentários:

Anne Casaes disse...

Amei cada palavra que li!!!!Inspiração!Abraço primo!!

Alessandra Reis disse...

Com saudades, vim aqui para encher-me de tua luz.
Fraterno e saudoso abraço.