sábado, 29 de novembro de 2008

Porta trancada (13/10/2006)

Não, ela não veio como o Sol.
Tampouco como a Lua ou as estrelas.
Ela não é tal o dia claro e promissor.
Tampouco é a noite dos mistérios.
Não é o alento nascido das folhas,
Não é o gosto dos frutos, não é...
Suas palavras soam silenciosas.
E sua dança? Ela é dançarina?
Ela nem é mais a linda moça!
Não é o canto que escuto ao longe...
Deixou para trás toda a criação.
Não é amiga, nem mãe, nem irmã.
Não é a mulher louca no cio.
Não é o zumbido da mosca.
Ela não quer, não ri, não chora.
Ela não é colo ou universo.

Mas...

Não, ela não é tal o nada.
Vai ver, sou eu a porta trancada.

7 comentários:

Anônimo disse...

Não é porta trancada,não.
Eu tenho uma penca de chaves(hehehe!!!)

Rodrigo Sestrem disse...

Velho... quem escreveu isso fui eu, através de você.
Obrigado.

Mai ۞ disse...

Se ela é assim, que essa porta permaneça trancada rsrsrs para que outras dançarinas do sol, da lua, das estralas venha a ter achave.

Suas palavras demontram uma singularidade que encanta.

adorei bunito! bjin de luz.

Anônimo disse...

é como digo... confusão de gente, solução de flor.
no reino animal a sedução é limitada no tempo, o fato de não ter de perdurar é o que permite a continuação das espécies! Nós humanos fomos associar ao cérebro reptiliano o sistema líbico e o neocórtex, e acabamos por ficar tão complexos que o fluir natural é impedido pelo será...(?)

e acabamos por criar um amor que a natureza não entende, compatibilidade (?) a psicanálise diz que não existe.

qual é o mundo da ilusão...

poetas perdidos de amor...

paixão sem objeto...

apenas sentir...

o amor do poeta dança no meu coração!

Soluz, obrigada por colocar a poesia novamente em minha vida, corrigir minha métrica, e dá um tanto de rima...

Minha Terra

Devaneios disse...

Já dizia minha professora de psicologia... é preciso ter "disponibilidade" para aceitar o outro como ele se mostra. De fato, muitas vezes nos comportamos como portas trancadas. As vezes nos protejamos sei lá do quê, mas na grande maioria das vezes não nos permitimos o sentir, nem tampouco enxergar além do palmo que está diante do nosso nariz.
Contudo irmão, esta foi uma forma sublime e perfeita de expressar-se.
Amo-te!

Maíra Guedes disse...

Encantador. As palavras pulsam fortes. determinam o ritmo que querem soprar na gente, se fazem presentes nos olhos. Como se tivessem jeito, cheiro, cor.
E têm.

Linda a sua poesia Moço.
Muito gostoso passear por aqui.

beijo.

Anônimo disse...

desacreditado de que algo possa ser alguma coisa concreta?
Lindo!
É tudo tão ambíguo e ao mesmo tempo tão fixo, mas enfim, se não fosse assim não seria tão bonito como é.

Beijo