terça-feira, 18 de maio de 2010

Mascarados

Têm contado as mentiras todas
e o mundo parece não girar.
Mas qual verdade lhe legaram
sem as drogas que não conhecem?
Um pai e sua garrafa de whisky,
cigarro aceso à mão do soco.
Um garoto que chora assustado.
Uma mãe, maravilhosa, estressada,
caneta presa à mão das contas.
Um moleque sem as palavras.
Família grande, maior a hipocrisia...
Educação adequada ao social:
coloca a máscara, menino, tem visita.
E o mundo, estático, gira parado.
Voltas nos mesmos pontos!
Lá fora há muitas possibilidades...
De cara limpa, sente o vento entrar,
janelas abertas, portas se abrem,
visão se amplia, cabeça e coração
são pura vontade... Aceleração!
Drogas desconhecidas, sem pudor.
Então plana pela cidade abismo,
cai por entre as vielas e para.
A névoa dissipa, já não pode ver
a vida real de liberdade tocada.
Se perde na cidade labirinto.
É carnaval, máscaras, multidão...
As drogas todas fazem verdades
para que possa perceber o medo
criador de mais doenças reais.
No canto, tonto, volta da viagem.
Fim do whisky, cinzas, ronco.
Fim das contas, bocejo, lágrimas.
De cara limpa, o vento não corre,
janelas fechadas, portas se fecham...
Chegada a hora de dormir e sonhar.
Mais mentiras e acordará aos poucos.

2 comentários:

Isa Lorena disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

De tempos em tempos, revoluções!...
Sim, estas metamorfoses, mudanças, movimentos... que, primeiro, nos partem em pedaços, doloridamente, para depois permitir reinvenções!!! Estava com saudades de passear pelos jardins de letras dos amigos, vim para deixar abraços alados!